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Oração aos Moucos

  • Gabriel Carvalho
  • 13 de nov. de 2017
  • 2 min de leitura

“Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal ;da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? (...) Os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade?”

Sermão de Santo Antônio, Pe. Antônio Vieira


Hoje, o Brasil se encontra em polvorosa. Não há dia em que a mídia não noticie algum caso de corrupção política, ou que não mostre a face escondida de brasileiros que não vivem apenas de futebol e carnaval. E, infelizmente, pior do que a corrupção que afeta cada um, é o maniqueísmo advindo de opiniões, das pessoas que não sabem discernir opinião política das demais características importantes dos outros, e, por isso, perdem uma grande oportunidade de discutir como mudar a face desse país.


Muitos brasileiros estão a tapar os ouvidos e escondendo os olhos daqueles que nem sempre concordam com suas convicções. Acreditam que suas “verdades” são absolutas e que aqueles contrários a elas devem ser desacreditados, considerados anátemas, devido ao simples fato de suas ideias não convergirem. Uma pena, não é?


Bom, apesar do cenário triste, nem tudo está perdido! Lá em cima, na epígrafe, vemos um trechinho o escrito pelo Padre Vieira, lá no séc. XVII. Mesmo sendo um texto antigo, como parece atual! Para o escritor, somos como o sal: impede o apodrecimento dos alimentos. Mas, no sentido poético, somos o sal que deve conservar o que faz bem às pessoas: o segredo para se viver em paz é saber DIALOGAR uns com os outros. O diálogo é o falar dos sábios: é saber ouvir o outro e depois se expressar, não machucando, mas ensinando o que se pensa, aceitando as críticas e tomando consciência de que ninguém pensa igual ao outro. Isso é a beleza do conhecimento! Não é muito melhor quando se conjugam as diferenças para se construir algo novo e mais belo que antes?


Nós, pensadores do Direito devemos tomar isso como norte: como alcançar uma justiça que nos complete enquanto profissionais? Exatamente! Dialogando! Não apenas nos tribunais, mas nos livros, nos escritórios, nos debates, enfim, por onde passarmos. E aprendamos: feliz daquele que, onde ver ódio, leve o amor e a paz! Que possamos aprender a candura do ouvir o outro! Que possamos aprender a respeitar e a conviver! Mas, o principal: que deixemos de ser moucos, inconstantes, e vejamos a beleza que vive no outro. Até porque, aprender não ocupa espaço e somos sempre eternos aprendizes! Assim seja!


 
 
 

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